segunda-feira, 31 de março de 2014

Nô djunta mon

Fernando Casimiro, no seu site didinho.org, lançou um repto à reflexão, retomando algumas propostas da candidatura do PUSD às legislativas. Agrada-nos termos contribuído para o debate: tal como a candidata Carmelita Pires já afirmou, por mais que uma vez, nesta campanha eleitoral, no curso de algumas entrevistas, estamos abertos a discutir as modalidades dessa alteração de regime, ou até, surgindo novos contributos construtivos, a mudar de opinião; repensando, nesse caso, como se poderia fazer evoluir o semi-presidencialismo na nossa Lei, de forma a corrigir os erros históricos que nos têm afligido.

Já não podemos, por outro lado, concordar com Didinho, quando limita as expectativas do Partido à eleição de um ou dois deputados(as), sugerindo que o Partido não está preparado. Agradecemos vivamente ao Fernando Casimiro ter levantado esta questão relevante, pois servir-nos-à de pretexto para esclarecer os eleitores. É verdade que o PUSD não tem quadros e isso pode parecer, à primeira vista, uma desvantagem. Por isso o Partido, tomando consciência dessa falta de preparação coletiva, decidiu que os símbolos a utilizar nesta campanha seriam o logotipo do Partido e a cara da sua Presidente, Carmelita Pires, a qual tem capacidade e consistência para ser PM e para mobilizar os recursos humanos que forem necessários na base da competência. Desafiamos o Didinho a encarar, como nós, esse facto como uma oportunidade, e não uma ameaça: a nossa candidata terá as mãos livres nessa escolha, para selecionar o mérito e poder depois exigir responsabilidade e rigor, sem ficar presa, como tem sido o caso até aqui, a lealdades e favores partidários. Pelo contrário, ainda ontem foi publicado, aqui neste blog, que «o nosso governo vai ser uma surpresa, com as pessoas mais competentes» independentemente da sua origem partidária ou geográfica! Mais que um partido de quadros, somos um partido de boas vontades. Isso mesmo reconheceu o povo guineense, quando nos confiou 17 deputados, nas eleições de 2004. Atualmente, a situação de desnorte, de divisões internas e de descrédito daqueles que eram conhecidos como os dois maiores partidos guineenses é ainda mais grave e desesperada, do que era por essa altura, e todos desejam uma alternativa. É isso mesmo que a candidatura de Carmelita Pires almeja e está em melhores condições de oferecer ao País.

Foi hoje decidido, na reunião do Partido que teve lugar na sede de Bissau, que caso Carmelita Pires seja nomeada Primeira-Ministra, endereçará de imediato um convite ao Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, para Ministro dos Negócios Estrangeiros do seu novo Governo, colocando ao serviço da Guiné a sua vasta experiência diplomática. Vamos deixar de mentalidade de cacre. Todos serão chamados a contribuir, à medida da sua capacidade, competência e consistência. E uma das pessoas com maior valia, em termos de reflexão da Guiné-Bissau, é decerto o Didinho. Esta é a hora da verdadeira reconciliação entre irmã(o)s. Nô djunta mon pa kumpu nô terra! Isso mesmo já percebeu o povo: com camisolas de todas as cores, dão vivas à comitiva do PUSD e à sua Presidente, cujas motivações ninguém duvida sejam intensa e inteiramente patrióticas e, de forma alguma, movidas apenas por interesses pessoais.

A Direção de Campanha

domingo, 30 de março de 2014

Ordem & Organização

Damos hoje início a uma série de artigos apresentando os slogans do PUSD, palavras de ordem, que serão recorrentemente utilizados durante esta campanha.

Ordem é o contrário de desordem. Organização é o contrário de desorganização. A sociedade guineense tem sido corroída por poderosas forças dissolventes, encontrando-se hoje a um passo do abismo: estamos numa encruzilhada decisiva para a nossa existência coletiva. Pelo que já pude constatar, pelos dias de campanha já cumpridos, sente-se um imenso desejo de coisas tão simples como o senso comum, que nos leva a preferir a preferir o bom ao mau, o belo ao feio, o digno ao indigno.

Este país bateu no chão. E não digo isto com um espírito derrotista. Pelo contrário, cresce em mim a esperança. Embora possa parecer paradoxal, atrevo-me a dizer: «_Ainda bem!». Estamos finalmente entregues a nós próprios, rotos e nus, com toda a dor de alma que isso comporta, como matriotas que somos (perdoem o neologismo, o corretor ortográfico está-me a assinalar erro, mas foi isso mesmo que quis dizer). Não o digo pela negativa; digo-o pela positiva, com a esperança de que esta catarse nos sirva pa lantanda nô terra. Digo-o com fé num novo devir, como um(a) escritor(a) frente à página em branco da qual surgirá a sua obra-prima.

Quando seremos capazes de parar de nos desculpar? De encolher os ombros, com vergonha, acompanhando o gesto com um eterno «coisas nossas» por entre os dentes? Quando poderemos dizer a mesma coisa, esse «coisas nossas», com uma ponta de orgulho? Será preciso acabar com a hipocrisia, a todos os níveis, de um Estado que se encontra claramente descredibilizado. A ausência funcional desse Estado poderá até ser uma vantagem, se assumirmos essa viragem brusca; trata-se de recomeçar do nada (ou quase), mas em bases sólidas de ordem e organização, pois esses são os alicerces da estabilidade.

O reordenamento e reorganização do Estado deve assentar na Lei, por isso defendemos uma nova Assembleia Constituinte, para elaborar uma nova constituição. Como sabem, defendo o presidencialismo, para evitar voltar a cair nos mesmos erros do passado. Mas defendo-o no âmbito dessa nova Constituição, graças ao primado da Lei; poderão alguns objetar que dar mais poderes ao Presidente pode favorecer os abusos de poder pela parte deste e arriscarmos a ter um ditador em vez de um Presidente. Pois defendo que essas preocupações fiquem acauteladas na mesma forma de Lei constitucional: definam-se bem as condições para o impeachment, que permitirá destituir o Presidente em caso de flagrante quebra de legitimidade ou de confiança política por parte da Nação. Mas tudo sempre no respeito pela ordem e legalidade. O Estado tem de dar o exemplo e tornar-se uma «pessoa de bem».

Defendemos um Estado confiável, cumpridor das obrigações e compromissos, tanto internos como externos. Vamos mostrar aqueles que nos apontam como «Estado Falhado» ou como «Narco-Estado» o quão profundamente se enganaram. Esta é também uma questão geracional: aqueles que beneficiaram de um momento particular e generoso da nossa História, que nos abriu o caminho enquanto Nação e foram educados nos primeiros anos da independência têm uma enorme dívida e responsabilidade perante o país. Aqueles a quem Amílcar Cabral chamava as «flores da nossa luta» sabem o que isso quer dizer: encabeçados por Paulo Gomes, «presentes» neste momento crítico, dispostos a saldar essa dívida, e a inspirar, pelo seu exemplo e abnegação muitas(os) mais matriotas e patriotas na Diáspora.

Defendemos um pacto de regime, a assinar num novo contexto de legitimidade, estabelecendo, num vasto consenso, regras mínimas de boa governança. Será o PUSD a dar o exemplo, caso vença as eleições: mesmo nos pequenos partidos, há gente competente, bem intencionada e tão inconformada quanto nós. O nosso governo vai ser uma surpresa, com gente de vários quadrantes políticos e geográficos.

Todos com Paulo Gomes




Dupla vencedora

No comício de hoje, saiu reforçada uma forte dupla:

Paulo Presidente

Carmelita Primeira-Ministra

ninguém o disse, mas sentiu-se, foi uma emocionante brisa de esperança.

Nô muda rumo!

Guineenses: eis a equipa que se prepara

pa lantanda nô terra.

Inauguração da sede de Gabu



De Gabú, passando por várias Tabancas, inclusive Paunca, até Fass (terra natal do cabeça de lista do PUSD por Sonaco: Lamine Baldé). Paragens, boa recepção, sempre muita gente. Em todas as paragens, ajuntamentos espontâneos de pessoas emocionadas, tive de recorrer sistematicamente ao megafone, para conseguir que todos me ouvissem. As crianças reagiam com euforia e nos rostos brilhava um fulgor de esperança num outro futuro. Ouvi muitos parabéns, palavras de incentivo e de vivo encorajamento.

Cruzámos-nos com o PRS que oferecia camisolas numa tabanca. Acenámos, para não interferir, e recebemos os VIVAS PUSD de gente jovem e mulheres trajados das ditas camisolas. As camisolas e os bonés são recebidos com agrado, vindos eles de quem vierem. Porém todas e todos denotam sintomaticamente nas suas faces o desejo de um
NOVO RUMO, PA LANTANDA NÔ TERRA.


Sinto-me cada vez mais confiante no povo da Guiné-Bissau e na sua capacidade para se reinventar.

Em Gabu, inaugurámos uma sede modesta, que os meios não chegam para mais.

Dernière minute

Reportagem de um jornalista senegalês sobre a nossa visita ao Hospital Militar, na seção de Política do jornal senegalês Dernière Minute, com chamada de primeira página.

Tradução:

Após ter visitado, anteontem, o Hospital civil, a candidata ao cargo de Primeira-Ministra voltou hoje a marcar pontos, com uma visita ao Hospital militar, onde estava retido o candidato Mario Fambé, a mais recente vítima da violência cirúrgica dos militares, cujo caso tinha provocado acesa polémica durante a semana e dado origem a fortes condenações da parte da Liga dos Direitos Humanos e do Representante local das Nações Unidas, Ramos-Horta, que o consideraram muito grave e susceptível de colocar em causa o bom andamento do processo eleitoral. Sem que se possa dizer que obteve a sua libertação, notável coincidência: Mário Fambé saiu do Hospital pelo seu próprio pé mais ou menos por essa altura. A senhora Pires evidencia firmeza quanto ao dossier militar, insistindo no respeito pela legalidade e apostando num perfil adequado para repor a ordem do Estado. Uma «Dama de Ferro» africana no horizonte? Assinale-se, à passagem, que um dos desafios maiores para o país é, segundo vários analistas e organizações internacionais, a submissão dos militares ao novo governo que deverá ser formado na sequência das eleições a realizar no próximo dia 13 de Abril.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Reportagem no YouTube

Um excerto da minha visita à Escola Simão Bolívar, numa reportagem do Valdir da Silva, publicada no YouTube, sob o título «PUSD marcando a diferença». Muito obrigada, Valdir.









Valdir é o cabeça de lista do PUSD em Biombo - Quinhamel. Vamos elegê-lo para a ANP!



quinta-feira, 27 de março de 2014

Visita à União Europeia


Cerca do meio-dia, visitámos a delegação da União Europeia, onde fui recebida pelo seu representante para a Guiné-Bissau, Joaquín González-Ducay, com quem mantive uma animada conversa acerca do futuro da Guiné-Bissau, depois das eleições.

Referiu a importância de que reveste o retorno à legalidade e legitimidade Constitucional. Destacou que se trata de uma oportunidade a não perder, para os guineenses, de dar a esperança de um novo futuro ao país. Nesse contexto, engrandeceu a minha candidatura, não apenas por ser feminina, o que já de si é significativo, mas porque conhece o meu percurso, em particular como Ministra da Justiça.

Referenciou a importância da idoneidade e da preparação das chefias do Estado e mostrou-se agradado com as prioridades do PUSD: Educação e Saúde. Encorajou o meu projeto político e desejou-me os melhores sucessos nas legislativas e na aspiração de ser Primeira-Ministra. Mais do que recebida, senti-me acarinhada, e agradeço ao senhor Representante, em nome do meu Partido, a calorosa receção que nos dispensou.

Visita ao Hospital Militar

Visitámos hoje, ao fim da manhã, o Hospital Militar, sendo a delegação do PUSD recebida pelo seu Diretor, Dr. Quinhim, a quem agradecemos a disponibilidade demonstrada e o esclarecimento quanto à missão deste Hospital, que responde ao Estado-Maior, embora acate as orientações do Ministério da Saúde, funcionando mais ou menos em autogestão, sem afetação de fundos públicos.

Dispõe de duas salas de bloco operatório (embora estivessem previstas seis), cinco ecografias, uma mamografia e uma tomografia (a única que funciona no país, a cargo de um especialista chinês). O Hospital debate-se com falta de recursos humanos especializados, com falta de fundo de maneio, de medicamentos e de algumas infraestruturas de apoio críticas, como por exemplo de um banco de sangue e de transporte para o pessoal, o qual se arrisca também a perder a cobertura social com a saída da AIDA. São intenções deste Hospital aprofundar a cooperação com os países da CPLP e tirar proveito das possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias da informação e pela telemedicina.

Na mesma ocasião ficámos a saber, com agrado, junto do Senhor Diretor, que Mário Fambé, candidato, como nós, à Assembleia da República, acabara de ter alta, encontrando-se plenamente restabelecido do incidente ocorrido a semana passada e que é do conhecimento público.

Visita à escola Simão Bolívar

Li ultimamente entrevistas de diversas candidaturas. Parece ser consensual o diagnóstico desastroso da situação do país, em termos de saúde, educação, justiça, infra-estruturas como as redes viária, elétrica e de água (poderia acrescentar ainda de transporte, de correios, de televisão, de rádio, de internet).

Não basta concordar com o óbvio, pois isso não credibiliza o debate eleitoral. É necessário avançar com propostas concretas, oferecer perspetivas, modos de solucionar os problemas apontados, linhas mestras de governação, orientações estratégicas para lidar com os problemas. Ady M. Teixeira, no blog Kafumbero, alerta jocosamente para essa situação, que não permite diferenciar os candidatos. 

Conta uma anedota, que curiosamente situa numa mesa de voto em Bubaque. Um ancião assume ter votado em todos e justifica: todos prometem coisas boas e necessárias. Nisto, julgo que a nossa candidatura se distingue claramente das restantes e marca a diferença, em termos de consistência: não nos limitamos a prometer, nós apresentamos propostas concretas, anunciamos como pensamos lá chegar.


Depois de ter passado pelo Hospital Simão Mendes e de me ter debruçado sobre o setor da Saúde, estive há pouco numa escola também de nome Simão (neste caso, o libertador da América), aproveitando a oportunidade para dar a conhecer um pouco melhor as propostas do Partido para a Educação. Vou escolher apenas um exemplo, para ilustrar a medíocre qualidade do ensino ministrado.

O ano passado, os poucos alunos guineenses submetidos a exame de matemática em Portugal tiveram menos de 1%, em média. 

Mais do que simplesmente preocupante, é aterrador. Defendo uma reforma, com medidas drásticas e de carácter urgente, a implementar a curto prazo, entre elas a requalificação dos professores, fazendo apelo ao voluntariado de professores portugueses reformados, que viriam por um ano, com despesas de transportes e alojamento pagas, mas sem mais retribuição para além do sentimento de ajudarem.

Concebida como uma partilha de experiências de enriquecimento multi-cultural, num ambiente de legitimidade e estabilidade, não tenho dúvidas de que se apresentariam voluntários empenhados em número suficiente. Há que equacionar também o apelo à nossa Diáspora, para participar nesse desafio de qualidade, tentando mobilizar os recursos que existem, em termos de apoios internacionais, para esse fim.

Outra medida de curto prazo seria o recurso às novas tecnologias, não apenas para divulgar materiais pedagógicos, mas também para ensino à distância e informatização administrativa de todo o sistema, das matrículas às passagens de ano, passando pelo controlo da assiduidade. Será uma prioridade nossa, garantir que todas as escolas do país passam a dispor de pelo menos um computador ligado à Internet.

Reformar o Ensino, será também insistir numa mudança de mentalidades por parte dos professores. Chega de repetir fórmulas desactualizadas e adulteradas, que fazem do conhecimento algo de doutoral, inatingível. Não! Como afirma o slogan do MAC, é bem mais importante que despertem a vontade de «pensar pelas próprias cabeças», de aprender, de compreender o mundo que nos rodeia.

O conhecimento não pode ser encarado como algo de mágico, como uma caixa negra. «É de pequenino que se torce o pepino». Há um enorme esforço a fazer, em termos de equilíbrio entre o crioulo e o português. É preciso compreender melhor as relações entre as duas formas de expressão, saber traduzi-las relativamente à nossa identidade nacional, num melhor entrosamento de compreensão mútua e bilinguismo.

A utilização do crioulo na escola deveria ser reconhecida e reforçada por uma osmose com a identidade local, reservando metade do tempo escolar para uma participação e partilha de ensinamentos colhidos na práxis da comunidade escolar, envolvendo-a na educação informal das crianças. Serviria assim de elemento de ligação da língua materna a uma estrutura linguística mais elaborada, introduzida pouco a pouco.

Uma forte aposta num ensino primário de qualidade não nos fará esquecer a recuperação de uma oferta de proximidade de estudos secundários, distribuída pelas regiões. Defendemos igualmente a introdução precoce, coadjuvada pelas novas tecnologias, do francês e do inglês. A aprendizagem de mais línguas, a familiarização com outras estruturas verbais, ajudaria bastante à adaptação ao próprio português.

Defendemos ainda, em termos transversais, a introdução de uma cultura da exigência e do mérito, com exames nacionais (fiscalizados e anonimizados) todos os anos, que permitam obter resultados comparáveis e avaliar a qualidade do sistema de ensino (público e informal), bem como identificar as suas disfunções mais gritantes. Fazer «coisa nossa», instituir como novo héroi, resultado de um novo «fanado», o estudante.  

«Os atrasos sistemáticos no pagamento dos salários têm sido factores de desmotivação de grande parte dos professores, que vêem degradar continuamente a sua imagem profissional e social. Todas estas deficiências estruturais na gestão do sistema educativo, têm provocado permanente instabilidade na actividade docente, dando lugar a frequentes paralisações de aulas e reivindicações, cada vez mais sob a forma de greves prolongadas, que frustram as expectativas dos alunos, das famílias e da sociedade.»

Ao ler o texto anterior, poderiam alguns, menos avisados, pensar que este se refere ao período pós 12 de Abril de 2012. Mas não, refere-se ao período anterior ao conflito armado de 1998! É retirado de uma antiga análise publicada no site de Fernando Casimiro dedicada ao setor da educação. Será fazer uso de pura retórica e demagogia não reconhecer todo esse trabalho, valioso contributo para a reflexão sobre uma histórica inércia, prova de que conhecer o diagnóstico não nos poupa forçosamente aos mesmos erros.

A Guiné não pode perder mais tempo no caminho do desenvolvimento e todos não seremos demais para a pensar! Combateremos com unhas e dentes a grave desigualdade de género no acesso ao ensino, o abandono escolar, a desqualificação dos professores, a desmotivação dos alunos e a falta de qualidade do ensino. Defenderemos a igualdade de oportunidades e a gratuitidade do ensino básico, incluindo a oferta anual de uma pequena pasta com um mínimo de material a todos os alunos.

É esse o significado das pequenas ofertas que fizemos hoje. Vamos fazer do Ensino uma festa de alegria, vamos usar estes lápis de cor para pintar um jardim no qual cuidaremos e regaremos convenientemente as flores da nossa luta, luta não só por uma independência meramente formal, mas e sobretudo, mental.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Madrinha babada

Foi com muito agrado que recebi o pedido, da parte de cerca de 400 jovens de Bubaque, nas ilhas Bijagós, para ser a Madrinha do Núcleo local de apoio à minha candidatura pelo PUSD. Felicito-vos vivamente pela espontaneidade da vossa iniciativa e pelo sinal que dão de cidadania ativa, que me deixou imensamente comovida. Lamento informar que, apesar de toda a boa vontade, as limitações orçamentais não me irão permitir a deslocação à componente insular da nossa amada mátria Guiné-Bissau, tal como já fez Paulo Gomes, ouvindo as «denúncias dos populares sobre a dura realidade que se vive na região, desde a falta de hospitais, de transportes, de escolas e meios de comunicação, deixando as ilhas de Bolama/Bijagós numa situação de isolamento» e reconhecendo «uma ausência nítida do poder do Estado em todas as ilhas Bijagós». Ver fonte.

Por isso, caras e caros jovens, vos agradeço de todo o coração e dou especial valor à vossa iniciativa, fazendo-vos um convite para se mobilizarem e organizarem, nas vossas / nossas ilhas, sessões de debate e esclarecimento, acompanhando a dinâmica desta nossa / vossa campanha eleitoral, graças à internet e a este nosso / vosso blog no qual vos desafiamos a participar, fazendo-nos chegar as vossas conclusões. Através das novas tecnologias, poderemos tentar reduzir um pouco o isolamento, cujo combate, tal como ainda ontem defendíamos na Rádio Bombolom, será um dos três pilares da nossa governação: a descentralização dos serviços do Estado, graças à nomeação de Ministros residentes nas Regiões.

Três pilares da minha campanha

Retomando a entrevista difundida ontem na Rádio Bombolom, fiz um pequeno resumo, destinado aqueles que não puderam acompanhar-nos.

Na conversa que mantive com as(os) jovens animadoras(es) do MAC, destaco três pontos que me pareceram especialmente importantes:

I Pilar) A defesa do sistema presidencialista
II Pilar) A proposta de descentralização 
III Pilar) A extinção do tribunal militar

1) Presidencialismo

Apontados alguns modelos, de vários países, perguntaram-me que modelo preconizava: ao que respondi colocando em evidência a inércia e os vícios do atual sistema semi-presidencialista, a longa história de mal entendidos a que deu azo, a grande instabilidade política a que deu origem. Por isso, no contexto de uma nova legitimidade, a consubstanciar por uma nova Assembleia Constituinte, defendo a alteração do sistema, dando mais poderes ao Presidente. Mais que uma magistratura de simples influência, é útil que o Presidente tenha poder de decisão. Como disse Filomeno Pina, num recente artigo, o Presidente despe a camisola partidária logo no discurso assumindo a vitória. Um bom exemplo vem-nos do Senegal, onde o Presidente Macky Sall, ainda há poucos dias, decidiu uma importante questão a favor da oposição. O Presidente deve encarnar e liderar um único projeto, consistente e sustentável, em estreita colaboração e de forma o mais empática possível com a(o) Chefe de Governo.

2) Ministros residentes nas regiões 

«A Guiné é Bissau e o resto é paisagem». Esta expressão, que já ouvi, traduz a impressão que levam os estrangeiros que nos visitam, pois a cobertura do Estado é irrelevante nas regiões, em termos de justiça, de educação ou de saúde. A falta de oportunidades, de infra-estruturas e de serviços no interior conduziu ao êxodo rural, sobretudo para Bissau, o que deu origem à acentuada macrocefalia do nosso país. É necessário, uma vez mais no âmbito de uma nova Constituição, acabar com o sentimento de isolamento e de abandono das zonas mais remotas. Por isso propomos uma presença governativa de proximidade, atenta às necessidades, preocupações e anseios locais, com poder para influenciar decisões do Governo. Estará isto em contradição com a racionalização do Estado que defendemos e com a drástica redução do número de governantes, que igualmente advogamos? Não é essa a nossa convicção, antes pelo contrário: ao eliminar redundâncias e sobreposições de competências, concentradas em Bissau, libertam-se recursos para dar consistência à ação governativa e acompanhar esforços de organização e ordenamento, de forma consistente, em todo o território nacional.

3) Extinção do Tribunal Militar

Esta é uma opção política clara. Pretendemos criar um clima de Paz e Estabilidade. E, para isso, é necessário afastar sem hesitações um passado de triste lembrança, herdado da militarização da sociedade guineense, que o estado de Guerra (de Libertação) inevitavelmente induziu. Esses foram tempos de exceção que não faz sentido prolongar como regra. Vencemos essa Guerra, agora dependemos de nós próprios e não queremos mais guerras: nô muda rumo. O desafio hoje é o desenvolvimento, que traduzimos no slogan da nossa campanha: pa lantanda nô terra. Não se justifica, no atual contexto, a distinção entre justiça civil e militar: uma só Justiça para todos. Isto, claro, sem prejuízo de, numa situação de exceção, como uma ameaça externa ou uma invasão estrangeira, se poder constituir um Tribunal Ad-Hoc para o efeito, em condições a definir constitucionalmente. A instituição castrense não fica diminuída com esta extinção de competências; pelo contrário, permitir-lhe-à concentrar-se na sua insubstituível missão, de garante da defesa da integridade territorial e da segurança do país.

Algumas notas finais

Inevitavelmente, este último pilar, entre os três nos quais assentei o essencial deste meu discurso, conduziu à questão da reforma do setor de defesa e segurança, tema que parece estar a ser, até aqui, cuidadosamente evitado, e ao qual não me esquivei. Defendi que esse assunto só aos guineenses diz respeito, condenando a intromissão, neste assunto do foro interno, de outros países e organizações internacionais. São os políticos e militares guineenses que terão de se sentar e decidir como agilizar umas Forças Armadas envelhecidas, com uma pirâmide hierárquica e etária invertida, de forma a modernizar o equipamento, formar o pessoal mais novo e prepará-las para o futuro, dotando-as de um carácter nacional, sem perda da sua identidade e glórias passadas. Por isso defendemos a introdução do Serviço Militar Obrigatório, bem como política bem equacionada de reequipamento, com prioridade para os meios de controlo e fiscalização do território. Não aceito que a minha Marinha não tenha um barco operacional no Mar, que a minha Força Aérea não tenha um avião ou um helicóptero no Ar. E não é por falta de gente competente, como é o caso de outras nações, pois temos para isso muitos quadros qualificados.

terça-feira, 25 de março de 2014

Jeune Afrique entrevista Presidente

Acabo de ler a entrevista que Serifo Nhamadjo concedeu à Jeune Afrique, na qual faz um pouco o balanço político da sua Presidência, que assumiu interinamente pelo período de transição.

Apresento aqui a tradução do último parágrafo, pois pareceu-me notável a semelhança de pontos de vista com aquilo que defendi na entrevista que foi hoje para o ar pelas 20h na Rádio Bombolom:

JA - As Forças Armadas, com origem na guerra de libertação, exercem uma influência decisiva na vida política. Julga que é possível fazer uma reforma sem provocar uma reação violenta da sua parte?

SN - Não são apenas as Forças Armadas que devem ser reformadas, é o conjunto do aparelho de Estado. A nossa justiça é contestada pelas populações, o nosso sistema educativo é precário, os nossos cidadãos não têm acesso a serviços de saúde básicos, as nossas infra-estruturas são quase inexistentes, mesmo na capital... Na Guiné-Bissau o Estado é quase o único empregador, realidade que se traduziu por numerosos desvios. Onde era preciso um funcionário, foram recrutados quatro. Quanto às nossas Forças Armadas, não dispõem dos meios que lhes permitiriam exercer dignamente a sua função. É realmente necessária uma reforma, mas esta deve resultar de um diálogo entre os principais atores nacionais. Muitos militares estão desejosos de se reformar, mas não o farão sem a garantia de conseguir suprir as suas necessidades. Sem uma política social que permita a um funcionário ou a um militar viver condignamente da sua reforma, o problema persistirá. É todo o nosso aparelho de Estado que deve ser reestruturado.

Carmelita Pires

Apelo da Diáspora

O Movimento para a Igualdade de Direitos e o Exercício da Cidadania Activa da Diáspora Guineense (MIDECA), sediado em Portugal, apela a todos os cidadãos guineenses para dar primazia aos candidatos que estejam devidamente preparados para assumir a titânica tarefa de construir a ponte entre a Guiné-Bissau e a Diáspora, ou seja, fazer da Diáspora uma das prioridades. 

Apelam ainda ao voto nos candidatos que já deram provas de idoneidade, de estarem devidamente integrados na sociedade europeia e que já demonstraram ter experiência e capacidade suficientes para defender os seus Direitos e resolver os problemas nesta legislatura.

De manhã, na rádio e na imprensa senegalesa

A Geba Press fez um artigo sobre a minha intervenção no debate promovido na Universidade Lusófona.

A este propósito, ler o último episódio (o IX) do Piroga Fantasma, de Térsio Vieira. As verdades libertam.





O jornal Dernière Minute, do Senegal, voltou a conceder o destaque, na rubrica Internacional, ao arranque da nossa candidatura, com a cobertura da visita ao Hospital Simão Mendes.

Na Rádio Bombolom

A não perder! Hoje à noite, pelas 20h00, o debate promovido pelo Movimento Ação Cidadã (MAC), na frequência 106,2 FM. Ver o programa da iniciativa de cidadania ativa kasa ku nô djunta.

Aquilo que estava inicialmente previsto como um debate, acabou por se transformar numa entrevista: o sorteio, realizado há uns dias, ditou o frente-a-frente PUSD-PAIGC. O PAIGC, depois de aceitar previamente as regras do jogo, invocou a ausência do seu líder para tentar adiar a gravação; acabando por dar falta de comparência ao debate, à hora marcada.

Assim, quatro jovens do MAC acabaram por conduzir uma magnífica entrevista, durante a qual expus alguns dos pontos de vista do Partido e linhas de força para a atual campanha, que poderão hoje acompanhar na Rádio Bombolom, e que disponibilizaremos aqui no blog, em formato audio, juntamente com algumas fotografias, posteriormente à sua difusão.

Quero desde já elogiar este grupo de jovens, todos muito bem preparados e empenhados na sua militância, que se traduz no lema «Pensar pelas nossas próprias cabeças, andar com os nossos próprios pés». A sua missão «visa o favorecimento da emergência de uma massa crítica com a capacidade de questionamento, produção de conhecimento e implicação na construção de um ambiente propício à democracia e à cidadania»

Arranque da Campanha

A Campanha eleitoral do PUSD para estas legislativas 2014 começou hoje, com uma visita ao hospital Simão Mendes.

Não foi ao acaso que escolhemos a maternidade e a pediatria para dar o pontapé de saída nesta rampança do nosso Partido para a Assembleia Nacional Popular. As crianças representam o futuro. E eu, como mulher e mãe, mas também como responsável política, quero dar, neste momento, um firme sinal de esperança no futuro.

Todos conhecemos a situação em que se encontra a Saúde na Guiné-Bissau, as extremas dificuldades com que todos os dias lidam os profissionais, tentando superar enormes carências, a todos os níveis, desde a falta de medicamentos à falta de pessoal qualificado. Mas uma coisa é ouvir falar, outra é estar lá. Se por um lado, foi emocionalmente muito desgastante, por outro foi também muito motivador, sentir e partilhar um imenso calor humano.

Ouvir a todas e a todos, médicos, enfermeiras, parteiras, parturientes. Mas, para além de perguntar, dar também uma palavra de incentivo, um elogio, por darem o seu melhor mesmo quando confrontadas e confrontados com condições tão adversas. Vimos aparelhos completamente obsoletos, que o pessoal insiste teimosamente em manter em funcionamento, por vezes de forma criativa e recorrendo a métodos pouco ortodoxos, como, por exemplo, um equipamento respiratório que vi, milagrosamente colado com fita cola.

A Saúde, à imagem do País, está num estado de lamentável indigência. Só mais um exemplo, que me chocou especialmente: ao passar pela seção de cardiologia pediátrica, soube da existência de uma lista de espera de um ano, para as crianças com insuficiência cardíaca serem transportadas a Lisboa, muitas vezes para intervenções cirúrgicas simples, mas para as quais não há infelizmente especialista que as assegure localmente.

Este foi o pretexto para um pequeno discurso defendendo, como uma das prioridades a que me proponho caso seja eleita Primeira-Ministra, a dignificação e requalificação, a curto/médio-prazo, do Serviço Nacional de Saúde, propondo, com o retorno à normalidade, fazer um apelo ao regresso dos profissionais na diáspora para ajudar a formação e a reciclagem dos profissionais de Saúde, aumentando o número de valências.  

domingo, 23 de março de 2014

Aliança patriótica

O Partido Unido Social Democrata, representado pela sua Presidente, Carmelita Pires, assinou com o Candidato às Presidenciais, Paulo Gomes, uma Aliança politica e patriótica, com vista a capitalizar as potencialidades das partes para a obtenção da vitória nas eleições (legislativas e presidenciais).

O acordo baseia-se na comunhão de pontos de vista quanto aos principais desígnios nacionais, que inspiram tanto o PUSD como a Candidatura Presidencial que apoia, e foi firmado com base em grandes linhas mestras de convergência, designadamente os parâmetros superiores da Constituição da República e a imperatividade dum Pacto de Regime para responder aos desafios que se colocam à Nação, ao País e ao Estado, a curto, médio e longo prazo.


Paulo Gomes para Presidente
Carmelita Pires para Primeira-Ministra

NÔ muda rumo,
pa lantanda NÔ terra!

quinta-feira, 20 de março de 2014

PUSD na ribalta

Dois jornais diários senegaleses, aproveitando o ensejo de a igualdade de género estar na ordem do dia, deram hoje grande destaque à minha candidatura a Primeira-Ministra pelo PUSD.

DakarActu, consagra um artigo com destaque de primeira página e uma grande foto no interior, intitulado "Guinée-Bissau : Mme Carmelita Pires, un profil pressenti pour le poste de Premier ministre. La sensibilité, la solide formation et l'expérience d'une femme pour une paix durable ?"


No Dernière Minute, a notícia sai à cabeça da categoria «Internacional», com o título "Bissau: Carmelita Pires À La Conquête De La Primature"


Como publicou o Progresso Nacional, «ainda não começou a campanha e a Doutora Carmelita já está a fazer sucesso»: isto é apenas o princípio de uma forte dinâmica que vamos imprimir à campanha eleitoral. A partir do dia 22, as nossas fileiras não vão parar de engrossar... Vamos desafiar o actual estado de coisas! Estamos confiantes. Representamos a alternativa vencedora... pa lantanda nô terra!

terça-feira, 18 de março de 2014

Pedido de apoio

O país está em vésperas de novas eleições e a precariedade financeira é transversal, atingindo os Partidos políticos, não obstante a lei estipular que compete ao Estado comparticipar no financiamento dos Partidos para a Campanha Eleitoral: os Partidos com menor expressão encontram-se financeiramente inibidos de concorrer em pé de igualdade com os habitués, fazendo perigar a qualidade da democracia. Pelo que se justifica neste momento uma atenção redobrada, por parte das autoridades, relativamente à proveniência dos fundos envolvidos nesta campanha eleitoral, sua legitimidade e legalidade.

Estando a equacionar todas as possibilidades de fazer uma Campanha Eleitoral com um mínimo de custos para o PUSD, lanço este apelo urgente à boa vontade de todos aqueles, sobretudo na Diáspora, que puderem dar uma ajuda financeira ao Partido, para que este possa estar presente, com dignidade e com alguma visibilidade, em todo o país, nos 29 círculos eleitorais a que concorre nas próximas Legislativas, que se realizarão dentro de menos de um mês.

À direita está um botão que permite fazer a sua doação ao PUSD utilizando Paypal ou Visa.

A todos quantos nos ajudarem (e por insignificante que pareça, já será uma grande ajuda) irei agradecendo pessoalmente, por E-mail, o seu contributo.

Em Portugal é possível fazê-lo através de transferência Multibanco
NIB: 0035 0733 00014275 200 89.

Muito obrigada.

A Presidente do PUSD

Carmelita Pires

Mulheres em foco

Sucederam-se, nos últimos dias, importantes iniciativas destinadas a promover a igualdade de género e a participação das mulheres na vida política activa e, em geral, na tomada de decisões importantes para a vida colectiva.

Em termos internacionais, reuniu-se há poucos dias em fórum a União InterParlamentar, em Genebra, durante a qual o seu presidente, Abdelwahad Radi, fez um apelo para que as mulheres sejam motivadas para a política. A presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares da UIP, Nurhayaty Assegaf defendeu no seu discurso a inclusão de mais mulheres nos cargos de tomada de decisão, a todos os níveis, desde o político ao empresarial.

Participei hoje de manhã em Bissau numa iniciativa similar, a pretexto do lançamento de um Estudo sobre a participação das mulheres, no Centro Cultural Francês, com a presença do Primeiro-Ministro e Ramos-Horta.

As conclusões do estudo apontam infelizmente para uma regressão, nos últimos anos, no empoderamento das mulheres, no nosso país, apontando como exemplo a redução para metade da percentagem de mulheres na ANP.

Sinto-me lisonjeada pelo destaque dado pela Lusa a uma antiga fotografia minha, no artigo há pouco publicado sobre o evento: a minha candidatura ao Parlamento e a Primeira-Ministra é um claro sinal de esperança!



Pa alternativa! Pa mindjeres! Pa lantanda nô terra!

domingo, 16 de março de 2014

Breve apresentação

Quero deixar aqui umas palavras de apresentação do projeto que lidero. O PUSD já foi a terceira maior força política do país: nas eleições de 2004, tivemos cerca de 16,4% dos votos, 75 485 num total de 460 254, ou seja, um em cada seis votantes votaram no PUSD. Hoje, recomeçamos quase do zero, mas confiantes na enorme vontade de mudança do povo guineense: face ao descrédito e falta de unidade que parece caraterizar a atuação das duas principais formações políticas, minando a sua credibilidade, o meu objetivo é consolidar a posição do meu Partido, como terceira via, como alternativa consistente à desorganização e descalabro a que a governação destes Partidos conduziu o país.

Defendemos intransigentemente a ordem constitucional vigente, sem prejuízo de defendermos igualmente uma nova Assembleia Constituinte, legitimada pelas urnas. Nunca pactuámos com a desorganização institucional ou com desmandos constitucionais; os guineenses reconhecem a minha atuação como Ministra da Justiça, em especial na luta contra o narco-tráfico. Por isso julgo que, como futura chefe do governo, recolheria não apenas um rápido reconhecimento internacional, como também um grande capital de simpatia. Mas, se para tanto não chegarem os votos, esperamos servir de fiel da balança na Assembleia.

Este é o momento da mudança, a oportunidade para uma alternativa credível! O PUSD não é um Partido de quadros à espera de arranjar emprego no Estado. É um Partido de cidadãs e cidadãos, cujo conceito de política não se reduz à ambição pessoal; pelo contrário, temos uma ambição coletiva, que é a construção de um verdadeiro Estado de Direito, que não nos envergonhe a toda a hora perante o mundo, que consolide as instituições, garanta a estabilidade e o desenvolvimento.

O PUSD não tem a pretensão de ser dono da verdade, nem de ter o exclusivo da boa vontade. O nosso projeto é de todos, é um projeto de inclusão política, não apenas em relação aos outros Partidos nossos concorrentes, mas em relação às várias forças vivas da nação, defendendo o seu empoderamento. Discutimos um acordo pré-eleitoral, entre várias formações políticas, em torno de consensos mínimos quanto a práticas governativas; infelizmente esse acordo não avançou. Mas renovamos o nosso desafio, mantendo-se o nosso Partido aberto ao diálogo com todas as formações políticas.

Boas vindas

Sejam todas bem vindas e todos bem vindos! Este é o novo meio de comunicação do PUSD. Durante a campanha eleitoral, que começa já dentro de uma semana (22 de Março) e vai durar até ao dia das eleições (13 de Abril), aqui iremos publicando, em jeito de notícia, todo o tipo de informações relacionadas com a campanha para as eleições deste ano.

Para além do site do Partido, onde é possível encontrar toda a legislação, documentação, o programa, o hino, etc, (pode encontrar ligação à direita) há que aproveitar a janela de oportunidade que nos é oferecida pelas redes sociais e pela rede guineense de blogs, para divulgar junto de todos a caminhada do nosso Partido rumo à vitória nestas eleições.

Logo no início deste projecto político, criámos uma página no facebook, Carmelita pa PUSD (pode igualmente encontrar ligação à direita), a qual utilizaremos nesta fase para informar em tempo real, durante as três semanas de campanha, acerca de todos os meus passos nessa caminhada. Terei uma repórter fotográfica, que também é mulher! Siga-nos no FB!

Já este blog, Pa lantanda nô terra! será mais reflexivo: servirá para apresentar a minha agenda (com as manifestações, reuniões ou outros eventos a realizar nos dias seguintes); aqui desenvolveremos as notícias da campanha, lançaremos os debates urgentes que se impõem à Guiné-Bissau, defenderemos as nossas ideias, apresentaremos um programa de governo.

Desde já agradeço a todos aqueles que quiserem apoiar-me, seja através de um simples «gosto»; de uma ligação no seu blog; ou da presença em comício. E claro, espero que me honrem com a vossa confiança no dia das eleições, com um voto útil no PUSD. Por ser Mulher, por ter sido Ministra da Justiça, estou bem colocada. Mãos limpas e corações ao alto!

Carmelita Pires - Presidente do PUSD