Acusamos receção da última missiva de Fernando Casimiro, explicitamente dirigida ao PUSD, que muito agradecemos, pelo seu carácter construtivo, o qual nos mereceu a maior atenção e reflexão interna, pela pertinência e objectividade, sem reservas ou falsos pudores, como, infelizmente, é muito comum neste país (onde é sempre mais o que fica por dizer).
Uma vez mais, ficamos devedores(as) ao Didinho, pela oportunidade que nos dá para uma clarificação. A campanha tem por propósito, desde o início, a tentativa de congregar o enorme descontentamento que se sente na sociedade guineense relativamente aos dois maiores Partidos, solidariamente responsáveis pelas desastrosas governações e descalabro do Estado.
Mas vamos por partes. O Fernando lança várias pistas para reflexão e não vamos esquivar nenhum pretexto, pois estamos sobretudo empenhados(as) em melhorar a nossa proposta, com espírito de auto-crítica. O nosso projeto é aberto e inclusivo, como deixámos claro desde o início, ao tentar negociar um pacto pré-eleitoral, que infelizmente não chegou a acontecer.
Didinho afirma que «Devemos reconhecer as nossas limitações e as nossas fraquezas, sem remorsos, pois são múltiplos os factores condicionantes da nossa caminhada» e pergunta: «O que é que suporta a máquina partidária nas campanhas eleitorais, senão o dinheiro?»... Talvez esse tenha sido um erro inicial da nossa campanha, condescender em conceder demasiada importância a essa visão e tentar concorrer com forças desproporcionalmente maiores, com fundos de proveniência duvidosa, numa altura em que o país está de rastos (disse à Lusa o ainda Presidente da ANP).
Entretanto, no decorrer da campanha, começámos a acreditar que algo mudou, ou estará a mudar. As pessoas aceitam os presentes, mas estão claramente desejosas de uma alternativa válida. Como diz Didinho, o mais importante deveria ser «o facto de se ter mais e melhores quadros, potenciais deputados, o programa de candidatura dos partidos. Quem nos dera que assim fosse, mas infelizmente...»
Não está na altura para nos conformarmos com o que está mal. Este é um momento de esperança numa mudança positiva. E é dever dos inteletuais e da Diáspora (com outras vivências e experiências democráticas) contribuírem para o esclarecimento do povo. Esse foi o conteúdo da mensagem de ontem dos Bispos, instigando cidadãos e cidadãs a «não venderem o seu voto por bens materiais, porque isto fere gravemente a sua própria dignidade humana e o da sua sociedade».
Pergunta Didinho: «Será que a maioria do povo guineense eleitor tem acesso à Internet para ficar a saber, através do blog partidário que partido é o PUSD (...) e o que propõe? Claro está que é uma boa fonte informativa para a diáspora, mas a diáspora, nas legislativas, conta muito pouco!» A Diáspora conta muito pouco em votos, é verdade, mas todos sabemos da importância que tem.
Pode por isso desempenhar um papel importante. Porque não telefonar para Bissau, intervir junto da família. Condenar o voto pelo dinheiro. Condenar o bi-partidarismo sem saída que parece ter tomado conta do país. Condenar a divisão dos pequenos partidos, que só aproveita aos partidos moribundos e sem futuro, perpetuando-se devido ao método eleitoral. Insistir, argumentar, num verdadeiro envolvimento.
Continuaremos a defender que o PUSD e a sua Presidente são a candidatura que melhor se posicionou, neste início de campanha, para representar uma alternativa credível e consistente. Por isso, pela nossa parte, manifestamos a nossa abertura ao diálogo construtivo com todos e todas; apelamos ainda à adesão de outras formações políticas à forte dinâmica deste projeto.
Abaixo «o voto de interesses», abaixo «a manipulação da consciência»! Este é o momento para uma ruptura radical. Num sincero esforço de inclusividade, convocamos todas as boas vontades e convidamos ao empenho pessoal. Nô Partido: a Guiné-Bissau.
Djarama Didinho e todos(as) quantos(as) queiram juntar-se a nós
Direção de Campanha
Carmelita Pires
Participação nos atos eleitorais, processo de crucial importância para a governação numa sociedade. A escolha responsável dos governantes com base em programas e perfil dos candidatos é um dever inalienável. O nível de preparação das pessoas na diáspora, é um fator importante que pode diferenciar nesse processo eleitoral enquanto agente de desenvolvimento, cada um deve empenhar-se seriamente pra conceitizar a sua família nas escolhas de novos governantes. Porque a escolha de hoje vai influenciar no futuro de todos. Porém, uma coisa todos devem ser portadora, a vontade e o empenho de dar tudo o que temos a nossa sociedade.
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