segunda-feira, 7 de abril de 2014

Desafio aos pequenos partidos

O método de Hondt é conhecido por favorecer os partidos maioritários.

Vamos ilustrar como a dispersão dos votos, devido à divisão em muitos partidos, prejudica claramente a emergência de uma alternativa, de uma terceira via. Para exemplificar, recorremos aos dados das eleições de 2008, pegámos no círculo maior, o círculo 12 (Bafatá / Galomaro) e num dos mais pequenos, o 18 (Sonaco). 

Tanto num como noutro destes círculos, só o PAIGC e o PRS elegeram deputados.

No círculo 12 (no qual o PUSD obteve 797 votos), o PAIGC elegeu 5 deputados e o PRS um deputado. No círculo 18 (no qual o PUSD obteve 1149 votos), o PAIGC elegeu 2 deputados e o PRS um deputado.

Começamos por apresentar o que aconteceu de facto nesse ano:

Círculo
Deputados
PAIGC
PAIGC/2
PAIGC/3
PAIGC/4
PAIGC/5
PRS
12
6
10.252
5.126
3.417
2.563
2.050
2.887
18
3
3.741
1.871
1.567

Apresentamos em seguida um outro cenário, admitindo que os pequenos partidos tinham concorrido todos juntos:

Círculo
Deputados
PAIGC
PAIGC/2
PAIGC/3
Todos
Todos/2
Todos /3
12
6
10.252
5.126
3.417
11.318
5.659
3.773
18
3
3.741


5.931
2.966


Como se pode constatar, o Partido «Todos juntos» teria obtido 5 dos 9 deputados em causa, em vez de, pura e simplesmente, uma mão cheia de nada!

O que está em jogo, a nível nacional? Trocar as expetativas particulares de cada um dos pequenos partidos, a um ou dois deputados na melhor das hipóteses, por um grande gesto de generosidade e solidariedade nacional, contribuindo para a formação de um novo Governo inclusivo, dotado de uma inquestionável legitimidade.

O PAIGC e o PRS estão divididos e enfraquecidos. Este é o momento para darmos relevo à voz dos descontentes e inconformados. Desafio-vos a aderirem à dinâmica deste projeto. Vamos adotar o lema «O nosso Partido é a Guiné-Bissau»?

Carmelita Pires

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